Baterista brasileiro radicado em Los Angeles, Fernando Schaefer atualmente promove álbum de estreia do Powerflo e impõe seu groove no hardcore, crossover e rap metal

Powerflo | Foto: divulgação

O Powerflo, que atualmente promove o álbum homônimo de estreia, vem de South L.A., conhecida região de Los Angeles, na Califórnia (EUA). A “gangue” de peso conta com Sen Dog (vocal, Cypress Hill), Roy Lozano (guitarra, Downset), Billy Graziadei (guitarra e vocal, Biohazard), Christian Olde Wolbers (baixo, Fear Factory) e o brasileiro Fernando Schaefer (bateria, Worst e outros). Claro, a turma não deixa margem para dúvida: ataca no hardcore, crossover e rap metal. Porém, o tempero brasileiro e a pegada furiosa da seção rítmica fazem a diferença. Conversamos com o experiente baterista, que tem em seu currículo passagens pelo Korzus, Treta, Pavilhão 9, Rodox, Kiko Loureiro, Sangue Inocente, Endrah, Paura, The Silence e Worst, para saber como surgiu o Powerflo e se o suingue brasileiro ajuda na hora de criar suas linhas furiosas e criativas de batera.

Você é um músico experiente e já tocou ao lado de grandes bandas e artistas na sua carreira, mas creio que se juntar a esses nomes de peso no Poweflo tenha sido algo bem especial. Como se sente como parte de um time tão influente do hardcore, crossover, punk e metal? Como e quando você se juntou a Sen Dog (Cypress Hill), Rogelio Lozano (Downset), Billy Graziadei (Biohazard) e Christian Olde Wolbers (Fear Factory)?
Fernando Schaefer: Para mim, é uma honra tocar ao lado desses monstros! Eu estava tocando com o First Blood na Bélgica, no Ieper Fest, e o Downset de Roy tocou também lá. Carl, vocalista do First Blood, me apresentou para ele e, logo na sequência, ele me falou que tinha um projeto com Sen Dog e me perguntou se eu estava interessado em participar… Trocamos e-mails e desde então as coisas foram acontecendo.

Álbum de estreia do Powerflo

Fizemos uma tour com o POD aqui na West Coast e em setembro temos outra na East Coast. O foco da banda no momento é tocar aqui nos EUA e ganhar o mercado” – Fernando Schaefer

Você vem postando vídeos de sua vida em Los Angeles, onde está residindo desde março deste ano, justamente para se dedicar ao Powerflo. Como está sendo o trabalho com a banda e a vida por aí?
Schaefer: Bem diferente do Brasil. As coisas aqui no mundo da música e, em geral, são levadas muito profissionalmente. Às vezes, nós, brasileiros, temos a mania de levar as coisas para lado pessoal e tentar achar um meio de fazer do nosso jeito, o que o povo daqui não entende… A vida aqui é bem pacata. Eu, que sou de São Paulo, acho que as coisas demoram um pouco demais para acontecer e minha adaptação não está sendo fácil nesse sentido. Mas, independentemente do ritmo das coisas, aqui tudo se resolve do jeito certo, e isso é o mais importante.

Todos no Powerflo têm seus outros afazeres musicais. O quando vocês estão pretendendo focar na banda? Digo, o quanto planejam que ela demande do tempo de cada um de vocês em um ano? Com o lançamento de “Powerflo”, quais são os planos para as turnês de divulgação?
Schaefer: O Powerflo é prioridade para todos aqui. Sen Dog é mais compromissado com o Cypress Hill, mas como o BReal tem tocado bastante com o Prophets of Rage estamos conseguindo fazer tudo o que pinta! Fizemos uma tour com o POD aqui na West Coast e em setembro temos outra na East Coast. O foco da banda no momento é tocar aqui nos EUA e ganhar o mercado.

Você declarou que não vai deixar o Worst, que continua ativo e fazendo shows. Como está sendo conciliar as agendas, especialmente agora, que pretendem compor e gravar material novo?
Schaefer: Conciliar os shows do Worst agora está difícil, mas temos excelentes bateras no Brasil que podem fazer ‘sub’ pra mim quando eu não puder fazer alguns shows… O Monstrinho virá para LA em outubro para trabalharmos no novo álbum.

Fernando Schaefer | Foto: Ricardo Ferreira

Fui muito influenciado por bateras de fusion, apesar de ter escolhido tocar som pesado. O samba também teve muita influência na minha formação” – Fernando Schaefer

Você começou a tocar bateria aos 12 anos de idade, passou por bandas como Korzus, Treta, Pavilhão 9, Rodox, Kiko Loureiro, Sangue Inocente, Endrah, Paura, The Silence, Worst e, agora, Powerflo. Qual a importância do groove no seu trabalho como baterista, seja no metal, hardcore beatdown, metalcore ou crossover? E digo o suingue não só aquele visto no rock pesado e na música extrema, mas o da black music, funk, disco, jazz/fusion e até o dos ritmos brasileiros…
Schaefer: Boa pergunta! Eu prezo muito o groove e a energia quando estou tocando. Desde quando comecei a tocar fui muito influenciado por bateras de fusion, apesar de ter escolhido tocar som pesado. O samba também teve muita influência na minha formação. Comecei a tocar batera porque meu pai tocava pandeiro e instrumentos de samba. Acho que essa ‘brasilidade’, apesar de eu não demonstrar, me ajudou na minha forma de tocar som pesado com groove.

Você é um dos exemplos de força e determinação, pois passou de peso pesado a um cara que treina musculação diariamente. O quanto a boa forma física o ajuda no dia-a-dia e na carreira?
Schaefer: Meus treinos estão totalmente ligados à minha performance ao vivo, além da saúde, pois a minha forma de tocar exige estar com um bom condicionamento físico.

Como estão as aulas de bateria, agora que está residindo em Los Angeles?
Schaefer: Ficaram de lado por enquanto, agora estou focado na minha carreira.

Fernando Schaefer | Foto: divulgação

Agora a prioridade é aqui nos EUA, mas em 2018 começaremos as turnês internacionais e o Brasil é um dos principais focos nesse sentido” – Fernando Schaefer

Você costumava se apresentar em casas noturnas e baladas fazendo ritmos com a batera junto com sons eletrônicos. Como veio essa ideia? Pretende retomá-la em algum momento?
Schaefer: Eu sempre gostei de alguns estilos de música eletrônica e naquela no Brasil que isso estava em alta dava pra fazer uma boa grana, mas não penso em fazer nada nesse sentido agora.

É interessante que cada vez mais os músicos brasileiros estejam ganhando força e integrando grandes bandas e/ou projetos internacionais, como seu caso no Powerflo, além de Kiko Loureiro (Megadeth), Simon Daniels (Autograph), Dario Seixas (Crown of Thorns, Goodbye Thrill, ex-Firehouse, Jack Russell’s Great White e Stephen Pearcy) e Bill Hudson (Trans-Siberian Orchestra, I Am Morbid, U.D.O. e Dirkshneider). Sendo parte desse processo e tendo batalhado muito para construir a sua carreira, como você sente esse maior interesse e integração entre os músicos brasileiros e os estrangeiros?
Schaefer: Não acho que só por ser brasileiro você tenha mais procura de outros músicos em outros países, falando em som pesado, é claro. É uma questão de trabalhar duro, não desistir e ter um comprometimento profissional, que é o que a indústria pede.

O que os fãs brasileiros podem esperar sobre uma vinda do Powerflo ao Brasil para shows promovendo o álbum?
Schaefer: Com certeza o Powerflo irá para o Brasil em breve. Como falei, agora a prioridade é aqui nos EUA, mas em 2018 começaremos as turnês internacionais e o Brasil é um dos principais focos nesse sentido.

Billy Graziadei, Fernando Schaefer, Sen Dog, Christian Olde Wolbers e Roy Lozano | Foto: divulgação
Billy Graziadei, Fernando Schaefer, Sen Dog, Christian Olde Wolbers e Roy Lozano | Foto: divulgação
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