Músicos brasileiros falam sobre tocar “Operation: Mindcrime” na íntegra com Geoff Tate

Tate se apresentará com músicos brasileiros abrindo para o Mr. Big em São Paulo e Belo Horizonte

Nova banda de Tate leva o nome do disco conceitual lançado pelo Queensrÿche em 1988 | Foto: Ricardo Ferreira
Nova banda de Tate leva o nome do disco conceitual lançado pelo Queensrÿche em 1988 | Foto: Ricardo Ferreira

Devido a inúmeros pedidos dos fãs, a produtora Free Pass Entretenimento informou que o vocalista americano Geoff Tate (Operation: Mindcrime, ex-Queensrÿche) irá executar o álbum conceitual “Operation: Mindcrime” (1988) na íntegra em suas apresentações no Brasil. A banda convidada para acompanhá-lo será formada pelos músicos brasileiros Felipe Andreoli (baixo, Angra), Leo Mancini (guitarra, Tempestt, ex-Shaman e Noturnall), Edu Cominato (bateria, Tempestt, SOTO, Jeff Scott Soto, Remove Silence), Dalton Santos (guitarra) e Bruno Sá (teclados). “Tocar com o Geoff e ter sido escolhido por ele pra montar uma banda de brasileiros, por si só já é uma honra. Tendo no repertório o ‘Operation: Mindcrime’, aí já se torna um sonho”, contou o baixista Felipe Andreoli ao ROCKARAMA. “Escolhi músicos de minha confiança que são extremamente talentosos e profissionais, além de grandes amigos. Tem tudo pra ser uma experiência incrível!”, completou.

Felipe Andreoli foi o responsável pela montagem desse time incrível | Foto: Ricardo Ferreira
Felipe Andreoli foi o responsável pela montagem desse time incrível | Foto: Ricardo Ferreira
Geoff Tate foi a grande inspiração para o multi-instrumentista Bruno Sá | Foto: Marcos Hermes
Geoff Tate foi a grande inspiração para o multi-instrumentista Bruno Sá | Foto: Marcos Hermes
Guitarrista Leo Mancini é fanático pelo Queensrÿche | Foto: Will Barcellos
Guitarrista Leo Mancini é fanático pelo Queensrÿche | Foto: Will Barcellos

O tecladista Bruno Sá revelou que o Queensrÿche é a sua “banda do coração” e que justamente “Geoff Tate talvez a minha maior influência como cantor e multi-instrumentista.” Sá relembrou que iniciou a carreira como vocalista e que “Geoff, sendo barítono, cantor de registro médio-grave, desde cedo se tornou meu modelo a seguir. Por causa dele também comecei a tocar teclado enquanto cantava, e mais tarde adicionei o saxofone.” Para o tecladista, que já tocou ao lado de nomes como Joe Lynn Turner (ex-Rainbow e Deep Purple), Doogie White (ex-Rainbow, Tank, Cornerstone e outros) e Tony Martin (ex-Black Sabbath), além de Diaspora Mundi, Angra e Allegro, “além de ser uma grande realização profissional, tocar ‘Operation: Mindcrime’ na íntegra acompanhando Geoff é, no mínimo, a realização de um sonho de um garoto que ficava encenando o disco inteiro trancado em seu quarto.”

Já Leo Mancini diz que escuta Queensrÿche desde o primeiro EP e considera “Operation: Mindcrime” o melhor álbum conceitual de todos os tempos. “Geoff Tate foi uma das minhas maiores referências vocais”, revelou. “Participar de um projeto desses, além de ser uma honra, é um prazer incrível. Pode ter certeza que não faltará nenhum arranjo instrumental e vocal! A banda toda é fã do cara e grandes músicos”, acrescentou o guitarrista.

Eddie Jackson, Michael Wilton, Geoff Tate, Chris DeGarmo e Scott Rockenfield na fase "Operation: Mindcrime" | Foto: divulgação
Eddie Jackson, Michael Wilton, Geoff Tate, Chris DeGarmo e Scott Rockenfield na fase "Operation: Mindcrime" | Foto: divulgação

Lançado a 3 de maio de 1988, “Operation: Mindcrime” superou a marca de um milhão de cópias vendidas, além da 50ª posição na parada americana da Billboard 200. Produzido pelo inglês Peter Collins (Rush, Bon Jovi, Alice Cooper), rendeu os singles “Breaking The Silence”, “Eyes of a Stranger”, “Revolution Calling” e “I Don’t Believe In Love”. Todavia, tanto a faixa-título, como as rápidas “Speak”, “Spreading The Disease” e “The Needle Lies”, bem como as emocionais “The Mission” e “Suite Sister Mary”, se destacam em meio às vinhetas e narrações. Além disso, há a participação especial da cantora americana Pamela Moore, que interpreta a personagem Sister Mary.

Geoff Tate e o time de brasileiros se apresentarão ao lado do Mr. Big em São Paulo/SP (18/08) e Belo Horizonte/MG (20/08). “Tocar o ‘Operation: Mindcrime’ é um dos pedidos mais frequentes, e não foi possível executá-lo na íntegra no Brasil há muito tempo. Não vejo a hora de compartilhar a experiência”, concluiu Tate.

Operation: Mindcrime

“Operation: Mindrime”: o conceito da trama

As letras do álbum demonstravam a preocupação política de Tate e a história é uma alusão à paranóia social dos Estados Unidos, repleta de citações a assassinatos, corrupção, religião e drogas. Os personagens principais são Dr. X, Sister Mary, Father William e Nikki, um menino de rua que, após o uso de técnicas de lavagem cerebral, acaba sendo levado por Doctor X a cometer atos terroristas. Doctor X quer destituir e derrubar o governo, com o intuito de instituir um sistema em que as pessoas sofram lavagens cerebrais e passem a servi-lo.

I Remember Now/Anarchy-X: O álbum começa com o protagonista Nikki deitado numa cama de hospital em um estado quase catatônico, incapacitado de lembrar-se de qualquer fato ocorrido no passado. Apenas lampejos de memória. Mas, de repente, Nikki tem um violento ‘flashback’ e suas recordações retornam.

Revolution Calling: Viciado em heroína e pretenso radical político, Nikki se lembra como frustrou a sociedade contemporânea após ser manipulado para entrar numa suposta organização secreta dedicada à revolução. A letra traz os seguintes versos: “Por um preço eu faço qualquer coisa, exceto puxar o gatilho. Para isso eu preciso de uma boa causa. Então, ouvi o Dr. X, o homem com a cura: ‘Apenas veja a TV. Você verá que alguma coisa está acontecendo’. Não gosto de políticos ou daquela bagunça em D.C. (N.R.: DC é a abreviatura de Distrito de Colúmbia, onde a cidade de Washington – capital dos EUA – está localizada). É apenas uma louca cidade do poder. Mas chegou a hora de mudanças / Há um sentimento crescente / Tomando lugar num novo tipo de visão.”

Operation: Mindcrime: No comando da organização está um demagogo político e religioso conhecido como Dr. X, que manipula Nikki em uma combinação de indução ao vício de heroína com técnicas de lavagem o cerebral, como no filme “The Manchurian Candidate” (“Sob o Domínio do Mal”), de 1962. Dr. X controla Nikki e o usa como um assassino. Sempre que Dr. X pronuncia a palavra “Mindcrime” Nikky se torna seu boneco dócil, ficando apto a ser comandado e a cometer os homicídios que Dr. X deseja. Na letra, Dr. X diz: “Só leva um minuto e você não sente dor. Você tem que fazer algo de sua vida, garoto. Me dê mais uma veia. Você veio ver o doutor, mas te mostrarei a cura. Eu tirarei suas dúvidas. Farei que você fique seguro (…)”. Mas adiante surgem os comandos e a indução para que Nikki cometa crimes: “Nikki, você sabe tudo o que há para fazer. Eis uma arma, leve-a para casa. Espere o telefonema. Mandaremos alguém para trazer o que você precisa. Você é uma máquina mortal, faça esta cidade sangrar”.

Speak: Nikki tem uma missão a cumprir, mas está confuso e submisso aos comandos do Dr. X.

Spreading The Disease/Suite Sister Mary: Um dos cúmplices de Dr. X é o padre corrupto William. Nikki então tem à sua disposição os serviços de uma ex-prostituta que virou freira, Sister Mary.

The Mission: Pela crescente amizade e o afeto com Sister Mary, Nikki começa a questionar a natureza do que está fazendo. Percebendo isto, Dr. X enxerga Mary como uma potencial ameaça e ordena que Nikki mate Mary e o Padre William.

Suite Sister Mary: Nikki vai até a igreja e mata o Padre William, mas não consegue obedecer ao comando de Dr. X para assassinar Mary.

The Needle Lies: Nikki e Mary decidem deixar a organização. Nikki conta a decisão de ambos para Dr. X, que alerta Nikki sobre sua dependência e que ele seria o único a lhe propiciar a saída.

Electric Requiem: Nikki sai confuso e retorna para falar com Mary, mas a encontra morta.

Breaking The Silence/I Don’t Believe In Love: Nikki fica abalado com a perda de Mary e com a possibilidade de ele mesmo ter cometido o crime. Nikki começa a sucumbir à loucura.

Waiting For 22: A polícia chega à cena do crime e prende Nikki pelo assassinato de Mary e todos os crimes que cometeu a mando de Dr. X.

My Empty Room/Eyes Of A Stranger: Nikki entra em um estado pré-catatônico e é levado ao hospital, onde posteriormente começa a se lembrar dos fatos.

Informações sobre ingressos, pontos de venda e valores em: freepass.art.br/shows/mr-big-no-brasil-2017/

Geoff Tate retorna ao Brasil após o "Monsters of Rock" de 2013 | Foto: divulgação
Geoff Tate retorna ao Brasil após o "Monsters of Rock" de 2013 | Foto: divulgação
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