Assistidos e Reassistidos: Silêncio

Alexandre Callari, cinéfilo compulsivo, assiste praticamente a um filme por dia e, de vez em quando, resolve compartilhar a experiência na seção Assistidos e Reassistidos.

Silêncio | Rockarama

Silêncio
Silence
Ano: 2016
Diretor: Martin Scorsese
Com: Andrew Garfield, Adam Driver, Liam Neeson

Classificação:

Derrapada do grande Martin Scorsese, que vinha numa boa fase há tempos. Os problemas deste filme são muitos, a começar pela metragem de duas horas e quarenta. Trinta ou até quarenta minutos a menos traria ritmo e dinamismo – da forma como está, o filme é chato. Não me entendam mal, a direção de Scorsese é boa (lógico) e ele evoca algumas cenas incríveis e angustiantes, mas falha ao tentar produzir um filme contemplativo.

O segundo grande problema é Andrew Garfield. Ele simplesmente não tem carisma pra levar o longa nas costas; o problema é que se ele não passa emoção, o filme inteiro fica frio, já que está em 90% das cenas.

Outro problema é a forma estereotipada como os japoneses são tratados. Que eles perseguiram os cristãos não se discute, mas traçar um retrato maquiavélico de praticamente todos é um erro crasso. No filme, eles são separados em japoneses cristãos (bons e inocentes) e japoneses não cristãos (sádicos e impiedosos). Chega a incomodar.

O embate final entre os dois padres é bacana, com uma boa atuação de Liam Neeson, que é prejudicada pela expressão de bebê chorão de Garfield. O pior é que eu gosto do moleque, achei ele um ótimo Peter Parker, mas para um papel com essa carga dramática, tem que comer muito arroz com feijão.

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