Assistidos e Reassistidos: Divina Criatura

Alexandre Callari, cinéfilo compulsivo, assiste praticamente a um filme por dia e, de vez em quando, resolve compartilhar a experiência na seção Assistidos e Reassistidos.

Divina Criatura (1975) | Rockarama

Divina Criatura
Divina Creatura
Ano: 1975
Diretor: Giuseppe Patroni Griffi
Com: Laura Antonelli, Terence Stamp, Marcello Mastroianni

Classificação:

Um filme incrível de um diretor italiano excepcional que, infelizmente, vem sendo esquecido e renegado nos últimos tempos. Ambientado na Itália do final da década de 1920, já dominada pelos tempos cinzentos, brutais e hipócritas de Benito Mussolini, provavelmente este foi o melor retrato que já vi da decadência dessa época, com os títulos que não querem dizer mais nada, as joias, conhaques e charutos, noitadas em clubes exclusivos, tudo isso enquanto o mundo se corroi da janela para fora e as pessoas forçam-se a levantar da cama com a ajuda de barbitúricos.

Stamp, alguns anos antes de se eternizar como o General Zod em Superman II, tem uma atuação memorável no papel do duque Dany, que se apaixona perdidamente pela linda Manoela. O problema é que o relacionamento, que começa com um mero flerte, vai mergulhando numa espiral sombria e descendente, que o espectador prevê que acabará em desgraça para algum dos lados. Abusos físicos e verbais, tentativas de assassinato, dramas verborrágicos e exagerados (afinal é um filme italiano)… tudo está presente nesta incrível obra, que conta com um dos trabalhos de figurino mais impressionantes que já vi.

Antonella é uma atriz exuberante e é difícil desgrudar os olhos dela cada vez que está em tela, contudo, aqui ela prova ser mais do que uma ninfa sensual, e convence no papel de Manoela – uma personagem de estágios, que começa como uma noiva inocente e termina como… não posso dizer. Estragaria toda a magia deste grande longa-metragem, que conta ainda com uma ponta do sempre competente Mastroianni.

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