Ozzy Osbourne em São Paulo: ‘Madman’ vai deixar saudades

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Vocalista inglês, que promete rodar o mundo até 2020 na “No More Tours 2”, empolga os fãs no Allianz Parque

Fotos: Leandro Cherutti

Ozzy Osbourne
13/05/2018, Allianz Parque, São Paulo/SP

Quando Ozzy Osbourne se apresentou no estádio do Palmeiras há dez anos, o local ainda era conhecido como Palestra Itália e não se falava em aposentadoria do ‘Madman’. Ele, inclusive, já havia nomeado uma de suas turnês anteriores – que também passou por aqui, em 1995 – de “Retirement Sucks”. Mas se hoje o suntuoso e moderno Allianz Parque costuma abrigar os eventos de rock na capital paulista, a passagem pelo Brasil da “No More Tours 2” remete à primeira ideia do vocalista de abandonar os palcos, ocorrida em 1992, na “No More Tours Tour”.

A nova visita ao país, após dois shows na Arena Anhembi (2011 e 2015) e o derradeiro com o Black Sabbath em 2016, teve início no último domingo (13), e seguiu para Curitiba (dia 16, na Pedreira Paulo Leminski), Belo Horizonte (18, na Esplanada do Mineirão) e Rio de Janeiro (20, na Praça da Apoteose).

Ozzy Osbourne | Foto: Leandro Cherutti
Ozzy Osbourne | Foto: Leandro Cherutti

Misturando a velha aura de encontro de fãs de heavy metal de diversas gerações com balada para hipsters, atrás de copos temáticos e selfies para o ‘Insta’, o Allianz Parque recebeu um público estimado em 40 mil pessoas – mesma contagem vista em 2008, quando a abertura ficou a cargo de Korn e Black Label Society. Desta vez, porém, não houve ‘opening act’. Ozzy Osbourne (vocal), Zakk Wylde (guitarra), Rob “Blasko” Nicholson (baixo), Tommy Clufetos (bateria) e Adam Wakeman (teclado, guitarra e backing vocals) entraram em cena com “Bark at the Moon”, apresentada momentos depois de um vídeo contendo imagens da carreira de Ozzy e da habitual introdução com Carmina Burana, de Carl Orff.

Ainda sendo ajustado, o som dos PA’s foi melhorando no decorrer da apresentação, que seguiu com “Mr. Crowley” e “I Don’t Know”, ambas do debut, “Blizzard of Ozz” (1980). Irrepreensível, a performance dos músicos e a presença marcante do ‘Madman’ foram contempladas com a ótima recepção do público, que gritou quando o vocalista apresentou a banda antes de “Fairies Wear Boots”. Esta música, presente em “Paranoid” (1970), soou estranha aos ouvidos de muitos ‘baladeiros’ que, em dezembro de 2016, estavam no Morumbi vendo o Black Sabbath, mas saíram dizendo que foram ao “show do Ozzy Osbourne em São Paulo”.

Bem, agora, sim, era o show do ‘Madman’, e ele até poderia ser mais ousado na criação de seu repertório, que se mostrou um tanto burocrático e, por que não, repetitivo. Todavia, não se pode reclamar da atuação de Ozzy, que, prestes a completar 70 anos de idade, segue emocionando com seu timbre particular. Se ele não corre mais com tanta velocidade de um lado a outro do palco, ou se não joga mais baldes de água ou usa a mangueira para molhar os fãs, segue batendo palmas e bangueando – e até mostrando as nádegas, para em seguida rir como criança pela brincadeira. Claro, ele também faz questão de soltar suas frases de efeito, como chamar São Paulo de “número 1” ou “nunca mais vou esquecer esse show”.

Zakk Wylde | Foto: Leandro Cherutti
Zakk Wylde | Foto: Leandro Cherutti

“Suicide Solution”, mais uma do disco de estreia, mostrou a ligação de Zakk Wylde com o saudoso Randy Rhoads. Então, como sempre ordena Ozzy (“Let’s go crazy”), o público “enlouqueceu” quando a conhecida entrada de baixo de “No More Tears” teve início. A faixa-título do álbum de 1991 teve o refrão cantado por todos. Do mesmo disco veio “Road to Nowhere”, já com o som redondo saindo dos PA’s.

Além dos telões e da imagem gigante de um crucifixo, o sistema de iluminação fez um belo efeito não só no palco, mas por todo o Allianz Parque, especialmente pelos feixes de raio laser.

“War Pigs”, clássico do Black Sabbath, também foi muito bem recebida e trouxe o momento solo de Zakk Wylde, que conta com enorme fã-clube no Brasil. O guitarrista sabe disso e até desceu do palco para o setor onde costumam ficar os fotógrafos (todos “limados” pela produção da banda neste evento, assim como na apresentação do Black Sabbath no Morumbi).

Tocando notas com a boca, batendo cabeça e mostrando sua técnica, Zakk executou solos de “Miracle Man”, “Crazy Babies”, “Desire” e “Perry Mason”. Depois, foi a vez de Tommy Clufetos mostrar a sua técnica, esmurrando a bateria, que trouxe um timbre seco e pesado.

Tommy Clufetos | Foto: Leandro Cherutti
Tommy Clufetos | Foto: Leandro Cherutti

Na sequência, “Flying High Again” trouxe o álbum “Diary of a Madman” (1981) à memória, enquanto a clássica “Shot in the Dark” reviveu a “fase hard” do Madman com “The Ultimate Sin” (1986). “I Don’t Want to Change the World”, mais uma de “No More Tears”, só não empolgou mais que o hit “Crazy Train”, de “Blizzard of Ozz”. Ao fim desta, os músicos deixaram o palco. No entanto, todos que estavam “all aboard” sabiam que o show não se encerraria ali.

Não demorou muito para o bis começar com a emocionante “Mama, I’m Coming Home”, que teve o refrão cantado por todos – os celulares, que também iluminaram as dependências da arena neste momento, fizeram um belo efeito.

Sem mudar a rotina, “Paranoid”, clássico do Sabbath, contou até com “rodinhas” no meio do público e encerrou a que pode ser (pelo menos anunciada) a última vez de Ozzy Osbourne em São Paulo.

Ozzy pode até ter tomado a decisão de não fazer mais turnês extensas, mas, por sua alegria, dificilmente vai abandonar de vez os palcos. Torçamos para que o Brasil ainda possa recebê-lo novamente.

1. Bark at the Moon
2. Mr. Crowley
3. I Don’t Know
4. Fairies Wear Boots (Black Sabbath)
5. Suicide Solution
6. No More Tears
7. Road to Nowhere
8. War Pigs (Black Sabbath)
9. Flying High Again
10. Shot in the Dark
11. I Don’t Want to Change the World
12. Crazy Train
13. Mama, I’m Coming Home
14. Paranoid (Black Sabbath)

Rob "Blasko" Nicholson | Foto: Leandro Cherutti
Rob "Blasko" Nicholson | Foto: Leandro Cherutti
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