Cradle of Filth no Brasil: a teatralidade habitual de Dani Filth

Em apresentação única no país após cinco anos, grupo inglês entrega o que os fãs desejavam

Cradle of Filth
24/03/2018, Carioca Club, São Paulo/SP

Com entusiasmo e curiosidade para ver o que Dani Filth e seu Cradle of Filth trariam para o Brasil com a turnê do mais recente álbum, “Cryptoriana – The Seductiveness of Decay”, os fãs compareceram em peso ao Carioca Club, em São Paulo (SP), no último sábado (24). A convite da gravadora Nuclear Blast e da produtora de eventos EV7 Live, fomos conferir o que rolou no único show desta turnê no país.

Mesmo sem banda de abertura, a apresentação começou com um pequeno atraso, o que nunca é bom para shows no Carioca Club, que tem algumas restrições com horário em finais de semana. Recebendo fãs de diversas capitais, que se deslocaram para ver o Cradle of Filth após cinco anos, o espetáculo abriu com a teatralidade habitual de Dani Filth que, escondido sob um capuz, foi recebido com entusiasmo. Assim, o vocalista e a atual formação, que traz Richard Shaw e Marek ‘Ashok’ Šmerda (guitarras), Daniel Firth (baixo), Lindsay Schoolcraft (teclados e voz) e Martin ‘Marthus’ Škaroupka (bateria), iniciou o set com “Gilded Cunt”, de “Nymphetamine” (2004). Resultado: a casa veio abaixo!

Dani Filth, vocalista e líder do Cradle of Filth | Foto: Fernando Pires
Dani Filth, vocalista e líder do Cradle of Filth | Foto: Fernando Pires

Este gênero musical exige uma técnica vocal aprimorada, mas Dani Filth, certamente um dos maiores representantes desta linha de canto, demonstrou estar em boa forma e manteve a performance em alto nível durante todo o espetáculo. Já a dupla de guitarristas deu um show de excelência e performance desde o início, impressionando tanto por impacto visual quanto pelo desempenho musical.

A banda deu sequência com “Beneath the Howling Stars”, um dos clássicos de “Cruelty and The Beast”, lançado há 20 anos. Logo emendaram com “Blackest Magick in Practice”, de “Hammer of the Witches” (2015), na qual Škaroupka deu uma aula de precisão rítmica, assim como fez no restante do set, especialmente por ser um repertório que exige muito da performance do músico.

Do recente “Cryptoriana – The Seductiveness of Decay” (2017) veio “Heartbreak and Seance”, que funcionou bem ao vivo e, além de obter boa resposta do público, acabou culminando em um dos pontos altos do show. Após isso, os fãs foram surpreendidos com a apresentação de “Bathory Aria”, longa faixa de “Cruelty and the Beast” que fala sobre a condessa húngara Elizabeth Bathory. Com o público parecendo hipnotizado durante os 11 minutos de sua execução, Dani Filth mostrou o porquê é considerado um dos maiores frontman de black metal de todos os tempos.

Richard Shaw | Foto: Fernando Pires
Richard Shaw | Foto: Fernando Pires

Voltando para 1996, foi a vez de “Dusk and Her Embrace”, seguida por “The Death of Love”, que mostrou um excelente desempenho vocal por parte de Lindsay Schoolcraft e foi certamente outro ponto altos do show.

“You Will Know the Lion by His Claw”, detentora de um excelente arranjo de guitarras, foi a segunda e última do mais recente álbum. Com sua orquestração cinematográfica dissonante, “The Promises of Fever” foi bem recebida. Após a boa trilha sonora para o fim do mundo, o grupo conseguiu superar a expectativa dos fãs e deu-lhes uma das mais esperadas: “Nymphetamine Fix”. Claro, todos cantaram em uníssono e a Lindsay Schoolcraft mudou a interpretação para seu estilo vocal, o que funcionou muito bem, já que a original foi gravada por Liv Kristine, que é uma vocalista lírica.

Por sinal, Lindsay, dona de uma grande extensão de voz e competente desempenhando sua função nos teclados, vem se destacando no Cradle of Filth não só pela qualidade vocal, mas também pela presença de palco. Sua versatilidade permite que tenha boa performance em músicas que foram originalmente gravadas por vocalistas com timbres distintos.

Marek 'Ashok' Šmerda | Foto: Fernando Pires
Marek 'Ashok' Šmerda | Foto: Fernando Pires

A impressionante “Her Ghost in the Fog”, um dos destaques da discografia do grupo, “Born in the Burial Gown” e “From the Cradle to Enslave” fecharam a noite coroando o rei do black metal, Dany Filth, em uma apresentação memorável.

Destaque para o visual do Cradle of Filth que, com roupas e maquiagem em um nível que raramente vemos em shows no Brasil, impressiona neste sentido. Apenas faltaram elementos visuais de apoio no palco, como normalmente fazem na turnê europeia. Ainda que esta casa de shows impossibilite efeitos de pirotecnia, poderiam ter explorado outros recursos de cenografia.

1. Gilded Cunt
2. Beneath the Howling Stars
3. Blackest Magick in Practice
4. Heartbreak and Seance
5. Bathory Aria: Benighted Like Usher / A Murder of Ravens in Fugue / Eyes That Witnessed Madness
6. Dusk and Her Embrace
7. The Death of Love
8. You Will Know the Lion by His Claw
9. The Promise of Fever
10. Nymphetamine
11. Her Ghost in the Fog
12. Born in a Burial Gown
13. From the Cradle to Enslave

Dani Filth | Foto: Fernando Pires
Dani Filth | Foto: Fernando Pires
Sioux 66 banner

Últimas notícias

[td_block_social_counter custom_title=”SIGA O ROCKARAMA” header_color=”#b51c2a” facebook=”rockaramarocks” facebook_app_id=”184492152022640″ facebook_security_key=”cbb02711a74c79041165a05436b82199″ facebook_access_token=”184492152022640|MpsLSXM8JDPDVg6vKwy8BjG02AU” twitter=”rockaramarocks” instagram=”rockaramarocks” open_in_new_window=”y”]

Leia também

Comentários

comentários