Brasileiros cooperam na construção do SGDC e trazem tecnologia de ponta para o país

Engenheiros da Agência Espacial Brasileira integraram equipes de montagem do Satélite Geoestacionário na França. Transferência de tecnologia contribui para o fortalecimento do Programa Espacial Brasileiro, diz presidente da AEB

Grupo de engenheiros da AEB na construção do SGDC | Foto: arquivo pessoal
Grupo de engenheiros da AEB na construção do SGDC | Foto: arquivo pessoal

A participação de um grupo de engenheiros da Agência Espacial Brasileira (AEB) na construção do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) permitiu que o Brasil absorvesse tecnologia de ponta empregada na indústria aeroespacial. Além disso, o time da AEB também deu importantes contribuições para a montagem do equipamento. O resultado dessa troca é o fortalecimento do setor espacial brasileiro.

A jornada dos engenheiros mecânicos Cristiano Queiroz, Erlam de Souza, Pedro Kaled e Ronne Toledo começou com a seleção interna feita pela AEB em 2013. Desde então, cada um deles passou pelo menos dois anos nas instalações da Thales Alenia Space, em Cannes e Toulouse, na França. Nesse período, o time colocou “a mão na massa”.

Ronne Toledo atuou especialmente na área de sistemas térmicos do SGDC, além de ajudar no desenvolvimento dos painéis da bateria do satélite. Erlam de Souza conseguiu aumentar a vida útil do satélite em seis meses ao desenhar um formato diferente para ampliar a capacidade do tanque de combustível. Pedro Kaled, por sua vez, desenhou e qualificou os suportes de quatro antenas do equipamento, enquanto Cristiano Queiroz integrou a equipe de montagem.

“Toda foto do satélite que vejo, fico procurando para tentar ver os suportes que eu desenhei e instalei. É muito emocionante saber que uma coisa que eu fiz está no SGDC, que vai ajudar as pessoas em todo o país”, disse Kaled.

“Tive esse contato direto com o satélite, foi uma experiência diferente por realmente ver e trabalhar para que ele ficasse pronto. Atuar na montagem dá uma visão diferente, de acompanhar o satélite tomando forma. Ver o resultado final, como o SGDC realmente pronto, é muito gratificante”, contou Cristiano.

Troca de experiência
Após três meses de treinamento básico, a equipe foi dividida para atuar em diferentes partes do projeto. Todo o trabalho foi feito sob a supervisão de profissionais franceses, que repassavam conhecimento e experiência aos brasileiros. Segundo Ronne Toledo, a metodologia empregada otimizou a aprendizagem dos engenheiros da AEB.

“Esse contato próximo com os técnicos franceses adiantou muito o nosso processo de aprendizagem. Foi desafiador, mas vi que nossos engenheiros podem executar tarefas complexas e lidar com tecnologia de ponta”, destacou Toledo, que, desde janeiro, dá aulas para outros engenheiros da AEB sobre a construção do SGDC, repassando o conhecimento adquirido na França. “A AEB está empenhada em replicar e multiplicar o conhecimento que obtivemos. Temos esse papel de ser multiplicadores por meio de novos projetos e na formação acadêmica do nosso pessoal”, afirmou.

Fortalecimento
Para o presidente da AEB, José Raimundo Braga Coelho, a transferência de tecnologia decorrente do SGDC fortalece o Programa Espacial Brasileiro. “Os benefícios desse intercâmbio são imediatos. Os próximos satélites que construiremos serão desenvolvidos por pessoal nosso, capacitado durante a construção do SGDC. Isso coloca o Brasil em uma boa posição”, ressaltou. “Com a transferência de tecnologia, nossa indústria espacial terá condições de atuar diretamente na construção dos nossos projetos futuros. Já vamos ter uma série de tecnologias à disposição e só vamos buscar aquelas que ainda não temos.”

O satélite
Lançado nesta quinta-feira (4) a partir do Centro Espacial de Kourou, na Guiana, o SGDC é o primeiro satélite geoestacionário brasileiro de uso civil e militar. Adquirido pela Telebras, possui uma banda Ka, que será utilizada para comunicações estratégicas do governo e para ampliar a oferta de banda larga no país, especialmente nas áreas remotas, e uma banda X, que corresponde a 30% da capacidade do satélite, de uso exclusivo das Forças Armadas.

Com 5,8 toneladas e 5 metros de altura, o satélite ficará posicionado a uma distância de 36 mil quilômetros da superfície da Terra, cobrindo todo o território brasileiro e o Oceano Atlântico. A capacidade de operação do SGDC é de 18 anos.

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