Assistidos e Reassistidos: O Monstro do Pântano

Alexandre Callari, cinéfilo compulsivo, assiste praticamente a um filme por dia e, de vez em quando, resolve compartilhar a experiência na seção Assistidos e Reassistidos.

Decidi rever este clássico para tentar gostar um pouco mais, só que não deu. Craven, um grande cineasta de terror, criador do Freddy Krueger, realmente errou a mão aqui. Mas é compreensível; pelos cortes de câmera, transições, pelo próprio tom do filme e direção de atores, percebe-se que a intenção dele foi fazer algo cartunesco. Ele só não sabia como, e o resultado passa longe de um bom filme assumidamente cartoon, como Dick Tracy.

Lembre que nessa época nem o Batman do Tim Burton existia, logo, os precedentes eram poucos. É uma pena, pois, assim como ocorreu com o Homem-Coisa da Marvel, anos depois, perdeu-se a chance de fazer um puta filme de terror.

Dito isso, há claros problemas orçamentários. O visual do Monstro é horrível e em mais de uma cena é possível ver a roupa de látex rasgada; num momento em que ele está de costas, dá pra ver o rasgo com uma calça jeans por baixo. Sim, é constrangedor.

Eu adoro a canastrona Adrienne Barbeau; ela é bonita, tem carisma e um corpão, mas é péssima atriz. Pelo menos aparece pelada, vigiada de perto pelo Monstro voyeur – a única chance que você terá de ver peitos num filme da DC Comics.

Outro aspecto a ser ressaltado é que este filme veio antes da fase do Alan Moore, então o Monstro que amamos ainda não existia – seus poderes são bem mais mirrados, embora ele consiga fazer um membro decepado crescer (essa habilidade o personagem já possuía, embora a cena seja pavorosa).

No final das contas, as coisas mais bacanas são as imagens das charnecas na Louisiana, que têm um visual bem diferente de tudo que estamos habituados a ver. Incrivelmente, com toda a tosquice, esse filme tem mais personalidade do que sua continuação e a posterior série de tevê. Mesmo assim, merece ser visto pelos fãs do personagem.